sexta-feira, 26 de julho de 2024

A Testemunha - Parte VIII

Desde que me tornei mulher, minha vida tem sido maravilhosa, sempre cheia de descobertas. No entanto, algo dentro de mim começou a crescer, um vazio, uma sensação de que algo faltava. Isso se tornou evidente quando reencontrei Adalberto. Percebi que queria alguém para compartilhar minha vida.

Um dia, o convidei para uma conversa séria e contei tudo. No começo, ele pareceu achar que eu estava brincando, mas sua expressão mudou ao perceber que era sério. Senti que Adalberto precisava de tempo para processar tudo aquilo, então fui embora.

Não sei de onde vêm tantas lágrimas, mas naquele dia chorei como nunca antes. Ele levou alguns dias para me ligar, mas acabou vindo à minha casa e conversamos. Fez várias perguntas sobre meu passado e minha transição. Deixei claro que sempre me senti mulher por dentro, e que o processo de transição apenas tornou meu corpo compatível com quem eu realmente sou.

Adalberto, por fim, confessou que nunca tinha conhecido uma mulher como eu, e que me amava, independentemente do meu passado. Lá fui eu chorar mais um pouco, mas desta vez de felicidade.

Deixei a carreira de atriz pornô e fomos morar juntos. Surpreendi-me ao me descobrir como dona de casa, um papel que abracei com prazer. Cuidar da casa e do meu homem me trouxe muita satisfação.

Meses depois, recebi uma notícia inesperada do médico: eu estava grávida! Percebi que minha vida realmente começou naquela noite em que testemunhei o crime e que, agora, havia descoberto o verdadeiro significado da felicidade.

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